Quando já tinha dinheiro, comecei a
dizer à minha mãe: “Mãe, separe-se do pai!…É impossível a senhora
aguentar um homem assim! Tenha dignidade, faça-se valer!” Sabem por que
eu amei o meu pai? Porque a minha mãe foi uma mulher boa que nunca nos
ensinou a odiar, nem ao meu pai nem a ninguém. Imaginem: Eu queria
divorciar os meus pais! Mas a minha mãe dizia: “Não, filha, não posso!
Eu sofro, mas sacrifico-me por vocês, meus filhos. Vocês são sete e eu
sou só uma. Eu sacrifico-me porque o teu pai é bom pai e seria incapaz
de separar-me dele e deixar vocês todos sem pai. Além disso, se me
separo dele, quem vai rezar para que o teu pai se salve? Sou eu que
posso pedir por ele, para que ele encontre a salvação, porque a dor e o
sofrimento que me causa, eu uno-os às dores que Jesus sofreu na cruz.
Todos os dias vou à igreja e em frente do sacrário eu digo: Senhor, este
sofrimento não é nada, eu o uno à Tua Cruz para que se salvem o meu
marido e os meus filhos. Eu entrego o teu pai a Jesus atado com o
terço. O demónio puxa-o para baixo, fazendo-o pecar, mas eu puxo-o para
cima com o terço e levo-o em frente ao Santíssimo, no Sacrário, e digo a
Jesus: Senhor, aqui está, confio que não me deixarás morrer sem vê-lo
convertido! Não só Te peço pelo meu marido, mas também por todas as
mulheres que estão a passar pelo mesmo, especialmente por aquelas
mulheres que em lugar de estarem de joelhos, pedindo-Te pelos seus
maridos e filhos, estão nas mãos dos bruxos, dos adivinhos ou a fazer o
mesmo, entregando as suas almas e as suas famílias às garras do maligno.
Senhor, peço-Te por essas mulheres, por essas famílias!”
Sabem, o meu pai converteu-se oito anos antes de morrer.
Arrependeu-se, pediu perdão a Deus e o Senhor perdoou-lhe. Ele estava
no Purgatório, na parte mais baixa, em grande sofrimento, porque não
expiou/reparou o seu pecado. Reparar o pecado é algo que levamos
pouco a sério. Também muitas vezes não é possível, mas, para isso, o
Senhor concede-nos a graça de reparar os nossos erros através da Missa.
Cada vez que vamos a uma Missa, o Senhor dá-nos a graça de reparar o mal
que fizemos. Deus mostra-nos, lá no outro mundo, a consequência dos
nossos pecados, do mal que fizemos ao próximo. Até de um mau olhar, um
olhar feio, uma só palavra. Se víssemos quão terrível é! E como choramos
lá esses erros!
No caso do meu pai, a minha mãe
dizia-lhe que aconselhasse os meus irmãos para que abandonassem a vida
de pecado que levavam, porque eles seguiam os passos do meu pai:
infidelidades, bebedeiras…eram uma cópia dele e isso exigia reparação.
Mas sempre o meu pai respondia à minha mãe, dizendo que os deixasse
divertir, que eles eram novos e que depois teriam tempo de mudar. O meu
pai deu um mau exemplo aos meus irmãos e não reparou pelo seu pecado.
Ele chorava no Purgatório e dizia: “Salvei-me, graças a esses 38 anos de
oração dessa santa mulher que Deus me deu por esposa”! A minha mãe
levou 38 anos da sua vida a rezar por ele!
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